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terça-feira, julho 18, 2006

A Associação dos Antigos Alunos

Tal como decidido no último jantar cabe-me dar sequência à escritura da AAA. A Associação de Antigos Alunos da Escola Secundária englobará igualmente os antigos alunos do Externato D. João III, vulgo colégio. Já fiz alguns contactos com antigos alunos do colégio para se juntarem à Associação. Penso que será uma mais valia a sua presença. Incito todos a mobilizarem-se para este evento que deverá ter lugar em Setembro e a mobilizarem os mais antigos que conheçam também.

quarta-feira, julho 12, 2006

Memórias (V)

No meu tempo de estudante, as férias grandes duravam, duravam… e nunca mais acabavam. Despedíamo-nos do(a)s nosso(a)s colegas da Escola, nomeadamente do(a)s de freguesias mais distantes com um misto de saudade e nostalgia, com vontade de o(a)s voltarmos a ver rapidamente.

Sem carro e com escassos transportes públicos, recorríamos à boleia, um hábito arreigado nos jovens de Soalhães, para fazer as viagens de e para o Marco. A quinzena de férias na praia e uma ou outra viagem ajudavam a preencher o tempo. No resto, havia os convívios nos cafés ou nos jardins, as investidas à praia de Canaveses, as pescarias (!) na Pala ou em Amarante com os amigos mais velhos, as petiscadas, os jogos de futebol ou de futebol de salão, o cinema nos antigos Bombeiros, a discoteca Fórum (hoje Fresh). É claro que nós, os de Soalhães, ainda tínhamos Baião ali ao pé, onde, no Verão, havia sempre umas visitas interessantes a animar a vila e a curiosa discoteca D. Quixote.

E era assim a nossa vida, durante três ou quatro longos meses. Simples, sem inter-rails, mas com muita imaginação para esticar o tempo e fazer amigos.

terça-feira, julho 11, 2006

Encontros

Sábado passado, no Marco, estive com a Mena Estrela. Já não a via há muito tempo. Creio que a última vez que tinha falado com ela foi em 2001. Prometeu que vai ao próximo jantar que houver dos antigos alunos. E até prometeu que virá ver-nos aqui. Às tantas, até começa a escrever. Vá lá, Meninha!

sábado, julho 08, 2006

ANONIMATOS ...

Caros "blogger's" e amigos desta casa, se o objectivo é recordar o que foi esta Escola e com ela recordar os "Velhos Gurreiros", porquê estas siglas indecifráveis e não o nome de "guerra" para que todos saibamos quem "bloga" ?
É apenas uma sugestão...
Não há nada a esconder...ou há? (Pergunto eu?
Um abraço aos conhecidos e um aperto de mão aos "anónimos"

sexta-feira, julho 07, 2006

O Mundial de 1982

Está aí à porta mais uma final do Mundial, uma boa oportunidade para recordar os tempos do Mundial 82, vividos quase em permanência no café Milho-Rei. Eu, que nunca soube jogar bilhar ou snooker, gostava mais de parar pela cave, zona de petiscos e de bons convívios. Tanto quanto me recordo, foi só durante esse Mundial que frequentei o andar do meio, o café propriamente dito. Nesse mês, quase todos os buracos que se conseguia arranjar nos horários da Escola eram passados no Milho-Rei.

Eram tardes quentes e longas, abafadas pela cerveja fresquinha, em que se via os jogos pela TV e se fazia a retrospectiva dos últimos desafios. Muita discussão entre gente que gostava verdadeiramente de futebol e que até o praticava. Eram quase todos torcedores da magnífica selecção do Brasil (de Sócrates, Falcão e muitos outros craques), mas eu era um sofredor pela Itália de Zoff, Tardelli e Paolo Rossi.

A Itália ganhou em 82 e no Domingo como vai ser? Apesar de reconhecer que era justo Zizou despedir-se como campeão, vou novamente torcer pela Itália. A squadra azzurra tem um charme especial e uma cultura de jogo ímpar.

quinta-feira, julho 06, 2006

grande tirada!

Cada vez mais me parece que são os marcoenses que vivem fora do Marco quem mais gosta do Marco e mais se interessam pelo Marco. Até que se cansem, claro.

Não deu…

Ontem, lá estávamos em minha casa, em frente ao televisor: eu, a Olga, o Zé Pedro, o Quim Manel, o Carlos Soares, a Né e o João Carlos Martins. Todos do Marco, todos no Porto. Todos ex-alunos da Secundária (à excepção do meu Zé Pedro, que só agora começa a aprender as primeiras letras).

Tínhamos estado ali para ver as finais do FCP de Sevilla e Gelsenkirchen. Mas agora foi diferente, não houve alegrias nem festejos. Não houve vitória. Apenas um convívio dos bons, à maneira, e com muita conversa sobre o Marco: os actores, os “cromos”, os projectos, a nossa terra e este blog, pois claro.

Convívios destes ajudam a consolidar laços e fazem-me pensar em quantos marcoenses andarão por aí, desligados da terra e dos amigos da juventude. Venham daí!


ps: Quanto ao futebol, vamos com calma. Aliás, eu, o Zé Pedro e o João Carlos já virámos a página e estamos quase a retomar as caminhadas para o Dragão e para os êxitos (esperamos!) do FCP.

quarta-feira, julho 05, 2006

Angústia para o jantar


Sou ansioso por natureza, mas por estes dias fico pior, é uma sensação de sufoco, um aperto que lá vou controlando com Victan, tentando reduzir a largura dos gestos e alargar o sítio por onde respiro. Estou expectante com o jogo de logo, eu que só despertei para o futebol há pouco tempo, depois que o meu filho se dedicou à causa, aprendendo fintas e tornando-se uma enciclopédia ambulante sobre o assunto, quer seja do futebol luso, quer do outro. E, depois, até comecei a achar piada às nossas idas ao Dragão, coisa cara, demasiado cara, mas que, inexplicavelmente, nem por isso deixa bancadas vazias.


Como quase todos sabem, sempre fui um tipo do ciclismo. E ando com um olho atento - menos do que gostava - ao que o José Azevedo está a fazer no Tour de France, ele que arrasta consigo o dorsal nº 1, que era de Lance Armstrong, e que, com uma ponta de sorte ainda pode fazer das dele e somar uma página de glória para Portugal.

Bem. Mas sobre isso, vou preocupar-me quando o Tour chegar aos Pirinéus e aos Alpes, que é aí que tudo se decide. Hoje - e espero que por mais uns dias - todas as atenções estão viradas para o futebol. E é isso que me sufoca. Eu gostava mesmo de ver Portugal na final com a Itália e gostava de ver Portugal campeão.

Não será por isso que os portugueses irão viver melhor ou resolver os problemas. Mas sempre ajuda. Melhora-se a auto-estima, sentiremos que se somos capazes de ganhar em algumas coisas, também poderemos melhorar em muitas outras. E é bonito. É bonito ver as pessoas em euforia, por umas horas mais felizes. E, quem sabe?, talvez estas alegrias nos dêem o alento que tantas vezes nos falta e que faz de nós um povo deprimido.

As nossas viagens

O final de mais um ano lectivo faz-me recordar também os nossos tempos, em que as viagens de final de período ou de final de ano eram um “must”. Recordo-me particularmente de uma viagem à zona de Coimbra (ainda guardo uma cicatriz de uma queda na incursão à mata do Buçaco…), de uma passagem pelo Porto para ver a novidade que então representava o shopping center Brasília (!) e de uma embaixada que “tomou de assalto” a Escola Secundária de Baltar, num Carnaval cheio de neve.

Uma parte apetecida das viagens, claro está, era o anoitecer e as viagens com as mínimas luzes de presença. Para isso contávamos muitas vezes com a cumplicidade do motorista/proprietário da empresa de camionagem (vocês sabem de quem estou a falar…), inclusivamente no improviso de bailes ao som da música-ambiente do autocarro, como me recordo de um na zona da Barragem.

Éramos modestos nas ambições e no alcance das viagens, mas ousados em tudo o mais. E tínhamos um código de conduta que aprofundava a solidariedade entre todos. Recordo, aliás, que durante alguns anos até deixei de falar com uma professora, dessas que às vezes nos acompanhavam, por ter vindo contar para a Escola demasiados episódios.

Para os mais novos, que considerarão estas aventuras demasiado pindéricas, pois fiquem a saber que nos divertíamos à grande…

segunda-feira, julho 03, 2006

O apito e os calções

Havia o campo de futebol. A princípio não tinha balizas, eram umas oliveiras que faziam o limite. Depois puseram lá umas balizas de metal. Antes das aulas começarem, os que chegavam mais cedo iam para lá jogar. Nos intervalos não havia grande tempo de ir para lá, a não ser que algum professor faltasse, o que também não era costume. Como os invernos eram muito rigorosos e as salas não tinhas as condições das de hoje, após os jogos havia sempre uns odores reminiscentes que ficavam presentes nos narizes dos colegas da turma.
Depois da hora do almoço, enquanto se faziam horas para ir para as aulas da tarde, os que chegavam cedo ou que comiam na cantina - uma justa homenagem à Maria Augusta que fazia o comer - faziam duas linhas e jogavam. Fizesse chuva ou sol esses jogos eram imperdíveis e todos se "esforravam" para que os mais velhos os incluissem no jogo. As bolas eram pesadas e como o campo era de terra não aguentavam muito tempo. Então, como meu pai ia ao Porto todas as 5ªs-feiras, ia a um sapateiro que havia na Ribeira que as cosia. Assim, quando ele chegava com a bola "oficial" do jogo era implícito que era também o árbitro, função para a qual tinha um apito oficial que ainda hoje guardo. Isto foi assim durante muitos anos.
Só que um dia a avaliação do "árbitro" não coincidiu com a da assistência. E esta em unissono gritou "Gatuno, Gatuno, Gatuno". Aquilo deve ter-lhe batido no fundo da alma! A forma como a entoação saíu teve como resultado imediato um estridente apito e um autorirário "Menino, dá cá a bola". Ninguém se atreveu a tecer quaisquer comentários. Logo se adivinharam as consequências daí resultantes. A partir daquele momento o sapateiro da Ribeira deixou de ter cliente para coser as bolas.
Até que um dia, em 1973, apareceu um novo professor que tinha jeito para o desporto, embora fosse da linguas. E certo apareceu àquela hora para jogar. Todos ficamos espantados a olhar para ele: uns calções à inglesa azuis e uma camisola amarela mais chuteiras e meias a condizer! A princípio ficamos atónitos com aquela visão! Se calhar ficaria tão envorganho pela falta de jeito, que depois não viria mais! Mas o homem corria que se fartava e tinha algum jeito para aquilo. Ficou a pertencer alternadamente às duas linhas e ao Marco em definitivo. É claro o dr. Nuno Lameiras.