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sexta-feira, junho 30, 2006

A medalha é nossa!

A Câmara Municipal deliberou ontem a outorga da Medalha de Mérito Cultural e Científico do Município de Marco de Canaveses, Classe Ouro, à Escola Secundária de Marco de Canaveses, dando conhecimento desse facto à Assembleia Municipal, órgão que tem entre os seus membros vários antigos alunos.

Na proposta do presidente da Câmara faz-se uma referência aos alunos que passaram pela Escola: “Estes jovens, hoje adultos e muitos deles com habilitações superiores adquiridas nas mais diversas instituições do país, guardam da sua “secundária” uma memória carinhosa e grata, consubstanciada agora no aparecimento feliz da Associação dos Antigos Alunos”.

Fossem todas as medalhas atribuídas tão justas e merecidas como a que foi atribuída à nossa Escola…
RUI AMORIM TAMBÉM ENTRA. O CONVITE JÁ SEGUIU.

Olá Amigo

Faz lá o convite porque um dia destes poderá até acontecer que eu me lembre de alguma peripécia, ou quem sabe de algum desafio...

O blog tá giro e bem participado, no entanto julgo ser necessário criar ou injectar nos bloguistas o seu sentido visionáriode forma a que não se esgotem os assuntos a discutir.

Sabes melhor do que eu que se o assunto se centrar naquilo que foi a nossa vida e participação escolar brevemente estaremos a " blogar " em circulo.

Julgo, e é tão só a minha opinião, que se conseguires, e capacidade não te falta, aproveitar as sinergias que vejo já existirem com tal variedade e qualidade de bloguistas, irás com toda a certeza criar um blog que nunca sequer imaginaste.

Para mim, pelo que já vi, o valor e quantidade de especialistas é tal que vais conseguir criar neste espaço de simples consulta e acesso, não só um blog de antigos alunos, mas também um forum onde a comunhão e discussão de ideias se fará de forma desinteressada e livre, que se tornará rápidamente numa ferramenta de trabalho e auxilio a todos os participantes!

E isto sim, é discutir a nossa escolaridade, pôr em prática aquilo que nos ensinaram na época e da qual tu não tens dúvida nenhuma, AMIZADE, COMPANHEIRISMO, PARTILHA DE IDEIAS.... SOLIDARIEDADE!

És um bom amigo, um bom técnico e serás certamente um bom visionário!
Projecta o futuro neste blog e conta coma minha ajuda.

Um abraço - Rui Amorim

segunda-feira, junho 26, 2006

O fim de um ciclo

Quem leu esta notícia no JN de ontem, assinada pelo nosso conterrâneo António Orlando (também ele um ex-aluno da Secundária?), tomou conhecimento do fim da chamada telescola, ou ensino básico mediatizado como agora se diz em bom “eduquês”.

O Marco de Canaveses era um dos últimos redutos deste sistema de ensino, que durante cerca de 40 anos permitiu a muitas crianças dos meios mais recônditos completar os seis anos que então perfaziam a escolaridade obrigatória.

Não frequentei a telescola, mas não tenho dúvidas que o aproveitamento escolar será bem melhor numa escola bem equipada, com infra-estruturas desportivas, biblioteca, salas de estudo e cantina, com mais colegas e professores. Esta realidade abre novos horizontes e perspectivas e desperta as crianças para uma aprendizagem mais completa.

É consensual que as escolas do Marco estão sobrelotadas e que é necessário construir uma nova EB 2,3. Parece que a concretização de uma escola em Soalhães aguarda por um estudo da DREN sobre as necessidades emergentes para os próximos anos. Oxalá os poderes públicos (centrais, regionais e locais) não caiam numa tentação centralista e entendam a construção de uma nova escola como o elemento dinamizador de uma estratégia de desenvolvimento do território à escala municipal.

quinta-feira, junho 22, 2006

Puto bravio

Uma destas noites, a arumar papéis antigos, decobri um comunicado dos tempos da brasa de 1974. Feito por mim e assinado por uma autodemominada comissão de qualquer coisa que pretendia defender-me dos ataques de um professor de francês (padre, por essa altura), que entendeu que eu devia ser expulso. Olho para o texto e concluo: o moço era bravio mesmo!

Mas que sofri um bocado, lá isso é verdade. Recordo-me ter chegado a casa, um fim de tarde, e ver um movimento inusitado. A sala de visitas assustava: o meu pai e os directores da escola. Só havia uma de duas saídas: eu eu pedia desculpa ao professor, ou teria de ser expulso. O meu pai, que sabia o que se passava, estava indeciso. Eu, nem por isso. Recusei as desculpas. Ou, melhor, eu pedia desculpa se o professor também pedisse. Criou-se o impasse.

Dias depois, tudo se resolveu. Ninguém pediu desculpas a ninguém. Solução: entrou uma nova professora de Francês para dar aulas à minha turma - a Drª Teresa, acabada de chegar de Moçambique. E eu voltei a ter boas notas a Francês...

Foto

A Graça enviou-me uma foto de grupo no relvado do Colégio. Mas eu não consigo colocar aqueles formatos de imagem. Eu também lá estou. Se alguém quiser tentar colocar sem desformatar o blog, que se apresente.

quarta-feira, junho 21, 2006

Professores que pintam

A Associação de Professores do Marco de Canaveses inaugura amanhã, pelas 18H30, uma exposição de pintura no Museu Municipal Carmen Miranda. A exposição estará patente ao público até 30 de Junho.

Quem serão os professores pintores? Alguns dos nossos colegas? Alguns dos nossos antigos professores da Secundária?

Ao tomar conhecimento desta exposição, não pude deixar de me lembrar da divertida professora Pilar e das suas excentricidades nas aulas de educação visual. Logo eu, que sempre fui um zero a desenho e trabalhos manuais/oficinais e que nunca soube fazer coisas tão simples como pintar a tinta-da-china (e lá ia usando, por vezes, as canetas BIC pretas, de escrita fina...).

terça-feira, junho 20, 2006

Memórias (IV)

Ontem evoquei os companheiros da minha primeira aventura no associativismo estudantil e hoje vou lembrar aqueles que me acompanharam na vitória nas eleições para a Associação de Estudantes (AE) em finais de 1982. Integravam essa equipa:

Direcção
José Carlos Pereira
José Manuel Carvalho (Barão)
Daniel Macedo
Cristiano Moreira
João David Silva
Mesa da RGA
Miguel Leal
Lúcia Monteiro
António Sanhudo
João Coutinho – já falecido
Conselho Fiscal
António Santana
Luíz Antunes
Luísa Monteiro
Joaquim Coutinho (Barrinha)
Suplentes
Piedade Ferreira
Graça Silva
Paulo Moreira
Manuela Mendes (Né)
Luís Macedo
Rosa (de Alpendurada)
Gil (de Rio de Galinhas)

Este verdadeiro dream team, passe o elogio em causa própria, fez um trabalho nesse ano que mereceu a distinção pelo mensário de expansão nacional “Voz do Estudante”, em Agosto de 1983, como sendo uma das AE mais activas do país, juntamente com as AE das Escolas Secundárias de Porto de Mós, Estremoz, Esposende e Rodo (Régua).

ps: talvez valha a pena dizer que no dia da festa para comemorar a vitória fui vítima de um acidente de viação que me mandou para o hospital. Nada de mais, apenas uns pontitos. O carro em que seguia, de boleia com mais uns amigos, embateu contra uma camioneta carregada de vacas na descida de Soalhães para o Marco…

segunda-feira, junho 19, 2006

Memórias (III)

Já aqui se falou de eleições para a Associação de Estudantes (AE) e eu aproveito para recordar a minha primeira experiência no associativismo estudantil, com a eleição em finais de 1981 para a Direcção da AE. Integravam a Associação de Estudantes:

Direcção
Armando David
Noémia Cunha (Mituxa)
José Carlos Pereira
Amândio Valente
Paulo Teixeira
Mesa da RGA
José Mota
José Manuel Carvalho (Barão)
Jorge Castro
Daniel Macedo
Conselho Fiscal
Joaquim Martins
Amélia Coutinho de Moura
João Coutinho - já falecido
Suplentes
Adriano Sá
Isabel Rodrigues
Adelaide Mota
Manuel Oliveira
José Serra
Luíz Antunes
Agostinho Macedo
Fernanda Madureira
Armindo Gonçalves
Ana Paula
Delfim Pinto
Conceição Soares

ps: descansem que não se trata de boa memória, mas antes de excelentes (!) arquivos. E se estes amigos se juntassem a nós aqui no blog?

Boas-vindas

Caros amigos, estou de regresso após umas mini-férias ali para os lados do Oeste (como gostam de dizer os lisboetas). E para mim férias é também um corte com o quotidiano bloguista!
Vejo que a última semana foi animada aqui no blog e queria deixar os votos de boas-vindas aos novos contributors: o meu primo e amigo Célio Soares, o meu conterrâneo e (ainda) primo Greg e o Jaime Teixeira, que não tenho o prazer de conhecer (mas não faltarão certamente oportunidades...).
Com o contributo de todos, isto vai. Bora lá!

sexta-feira, junho 16, 2006

Cansados?

Então? Cansados? Alguém tem de puxar por isto, enquanto não resolvo o problema logístico. Já devia ter ido resolver o assunto, mas creio que durante estes dias não conseguira dar solução ao caso. Assim, ainda posso lê-los durante o fim de semana...

quarta-feira, junho 14, 2006

Injusta?

Oh João, injusta a PGA? Aquilo foi a melhor coisinha que já algum ministro da educação fez! A PGA foi um sonho tornado realidade para uma pessoa como eu! Lembro-me que fiz 3, no ano da confusão, porque as duas primeiras tinham erros e na melhor de todas (a última tirei 86%!). Azar foi aquele chumbo a matemática, com a prof. Helena, que me obrigou a ficar mais um ano no liceu...

Como é que se pode considerar uma prova que pôe à prova a cultura-geral como injusta? E pior, protestar e fazer greve?

Claro que não participei nessa greve (a de que falavas não era a única, Artur Melo), primeiro, porque nunca alinhei em processos em que era tudo levado pela multidão, embora respeite quem protestou e fez greve.

Admite lá, João, aquilo foi o jovenzinho de esquerda que havia em ti a pulular por uma manifzinha, não?

É óbvio que aproveitei o dia livre para ir beber uns copos e ouvir umas musiquinhas, se calhar de um grupo que descobri em 1986 e em 2006 continuo a ouvir, tanto em obras dessa altura como desta, os Sonic Youth, que têm um novo álbum fantástico, chamado "Rather Ripped"!

Desaparecido em combate...

Onde andará o Zé Carlos (JCP) ?
Ocupadissimo... imagino eu...

50

Quando formos 50, pelo menos, isto vai ser muito engraçado.

terça-feira, junho 13, 2006

É Curioso...

É curioso... há muitos anos atrás quando eu era “estudante”, sonhava com o final do ano lectivo para finalmente iniciar umas merecidas férias de descanso. Último dia, a certeza de me ver livre dos professores e a alegria que isso implicava. Um último olhar para trás á saída dos portões da Escola Secundária e lá no fundo, já a nostalgia dos amigos que ficavam.
Curioso... Muitos anos depois a mesma nostalgia ao reler comentários neste blog. Foram anos que voaram no tempo; foram amigos que se perderam de vista, mas não da memória; foram histórias hilariantes que ficaram; foram, foram, foram, foram…
Curioso... Passado todo este tempo, olhar para trás significa de novo nostalgia, sensação de perda, sentimentos confusos, como os daquele adolescente que olhava para trás no portão da Escola Secundária no final de mais um ano – é que as pessoas entram na nossa vida por acaso, mas jamais será por acaso que elas permanecem no tempo.
Curioso... olhando para trás, a única certeza que permanece é que daqui a vinte anos estarei mais desapontado com as coisas que deixei de fazer (tal como agora), do que com os erros que cometi...
Dizia Katherine Hepburn : “Se você obedece a todas as regras, acaba perdendo toda a diversão”
Curioso… tentei ser fiel a este pensamento muito bem acompanhado por muitos de vocês e outros que virão a este espaço, e surtiu efeito – divertimo-nos.
Acredito que os professores não perceberam que o nosso desespero não estava tanto nas pontuações que nos deram, mas mais no sofrimento de “suportá-los”, porque como dizia Mahatma Gandhi, “A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido. Não na vitória própriamente dita” e creio eu, nenhum de nós ( salvo alguma excepção ) encarnou o espirito de competição – vitória ou derrota... outros tempos !!!!
Curioso… passado este tempo, é tempo de nos darmos conta que já passaram muitos anos e que as nossas vidas divergiram e diversificaram. Da nostalgia das recordações, façamos o objectivo do reencontro num qualquer lugar deste planeta (ou mesmo neste blog), com a mesma alegria, o mesmo gosto de se estar entre amigos que se reencontram, o mesmo sorriso e traquinice, mas acima de tudo com a mesma vontade de se ser feliz.
Caros amigos, mantenham-se simples, sérios, apaixonados, vigorosos em todas as vossas atitudes. Lutem para viver porque a vida é curta, mas sempre com esta vontade indómita de serem felizes, frontais, justos e acima de tudo levarem a vida como ela merece ser vivida – com alegria.
Façam o favor de serem felizes, que eu vou tentando...
É curioso…

A famosa "Árvore"...

A propósito do meu post de 12/6/06, e para os mais esquecidos ou como o nosso amigo João Lima (que lamentavelmente creio não conhecer), de uma geração mais recente, a famosa "Árvore" era nada mais nada menos que uma oliveira que existia no centro do campo de futebol, e que era um excelente "defesa" nos jogos, onde se praticava a famosa praxe aos caloiros (homens) que forçadamente a "abraçavam" com as pernas, com algumas dores á mistura.
Quem não se lembra ? Isto na antiga Esc.Preparatória Conde Samodães.
As modernices, trouxeram depois o "poste" na já Escola Secundária nova.
Recordações...

Os morangos

O meu professor de Ciências da Natureza teve, por todos os motivos, a maior influência na minha educação. Da sua vertente pedagógica ficou que estava muito à frente do seu tempo. Talvez pela sua formação, privilegiava a componente prática como parte integrante da teoria que ensinava. Quem não se lembra da sala dos mapas? Era ali, que uma vez por semana íamos estudar as figuras que nos eram ensinadas do corpo humano. Quem falar com os mais velhos, aqueles que ainda tinham de prestar provas num liceu nacional, neste caso em Penafiel, no final do 5º ano, todos eles falam do assombro com que o júri ficava com os seus conhecimentos sobre matérias tão complicadas como o Sistema Nervoso!
Quando cheguei ao 1º ano, não sabia muito bem como ia ser o nosso relacionamento. Sem trocarmos quaisquer palavras apercebi-me que iria ser um entre iguais, com a particularidade de me ser descontado um valor na nota final. Era justo!
Numa das primeiras aulas, a matéria incidia sobre o Sistema Solar. Para nos explicar o movimento dos astros, colocou vários alunos no centro da sala, cada um era um astro e movimentava-se de acordo com o movimento desse astro. A páginas tantas aquilo era já uma confusão, mas um "-Menino, vê lá como fazes esse movimento!", aparecia como uma ordem bem recebida por todos. Até hoje, jamais me esqueci daquela aula.
Mas a verdadeira "cereja em cima do bolo", eram as aulas práticas de botânica dadas no morangal do terreno ao lado do colégio. Ninguém imaginava o gosto que ele tinha naquilo! Contam-se as mais variadas histórias sobre essas aulas. Só que ...
... Um dia andava em construção a casa e o mestre de obras, o Sr. José da Freita, viu que uns alunos foram aos morangos e não tinham feito coisa boa. De imediato deu conhecimento disso mesmo a quem de direito. Estava eu numa aula de Francês, com a "Mesinha de Cabeceira", quando de repente abre-se a porta e sai a pergunta que não deixava dúvidas sobre a razão daquele estado: -Meninos, quem é que foi aos morangos? Muito a medo e passado uns longos instantes, - Fui eu, disse lá do fundo o António, mais conhecido por Patife. Não teve tempo para respirar, pois apanhou um estalo tão bem dado que tombou e caíu sobre a mesa. Seguiu para a sala dos professores, onde se juntou ao Monterroso do 5º ano e juntos levaram o respectivo correctivo.
Ainda bem, pois a partir dali os morangos puderam crescer ao ritmo da Natureza. Hoje penso que não foi terem ido comer os morangos que mais o aborreceu, mas os estragos que fizeram às plantas. Foi a única vez que vi meu pai naquele estado.

Vergonha

Foi das maiores vergonhas da minha vida! Creio que foi no 5º ano, era meu professor de português o meu falecido tio José Pereira Coutinho. O prof. tinha encomendado uma composição, a fazer no fim de semana, sob o tema "Que os cravos de Abril não murchem na primavera". Coisa que não era muito preocupante para um tipo como eu, que lia muito e escrevia facilmente. Só que esqueci-me da tarefa e, no domingo à noite, tive de inventar. Sem ideias e sem vontade, não descobri coisa melhor que não fosse inspirar-me de forma muito pouco discreta no livro "Esteiros", de Soeiro Pereira Gomes. Pensei que passava. Não passou. Estava eu, dias depois num qualquer aula, quando a funcionária entra e pede ao professor que me deixe ir à sala ao lado, que o Dr. Coutinho queria falar comigo e coisa e tal... Achei estranho. Mas fui, que remédio! E o meu tio, à frente daquela malta toda, entregou-me a composição. Lapidar: o Soeiro Pereira Gomes tem 20, mas tu levas zero! Que grande vergonha!

A régua de cinco olhinhos

E a Drª Gilda que tinha uma régua de madeira, grossa, redonda, com cinco olhinhos, que era o terror dos infantes? Levei tantas vezes com ela!...

segunda-feira, junho 12, 2006

E as colegas do Liceu?

Temos a Graça e a MJT, mas parece-me que tivemos muitas mais colegas.
Será que elas não têm nada para contar? Será que cabe as homens contar o que se passava na Secundária?
Apatece perguntar: E as Colegas, Senhor, porque lhes dais tanto trabalho, porque não aparecem aqui?

Uma Manif escolar no meu tempo

Não sei porquê, mas hoje dei comigo a recordar uma manifestação dos estudantes contra a célebre PGA.

Não consigo recordar a data precisa, mas terá sido por volta de 1991, mais coisa menos coisa. E foi bonito ver os colegas do 12º ano a liderar aquela justa manifestação contra a injusta PGA, e nós, que não estando ainda em vias de ter que fazer a dita prova, a solidarizarmo-nos com eles. E todos juntos, irmanados na vontade de travar aquele atentado aos estudantes, a manifestarmo-nos pelas ruas do nosso Marco.

Conseguimos parar o trânsito da então Vila, caminhámos pelas Ruas e das pessoas encontramos um imenso apoio da parte dos que assistiam à nossa manif. Lembro-me de ver muitas pessoas (não digo os nomes com medo de esquecer algum) a bater palmas, a incentivar a nossa luta, a dar-nos animo.

Esta manif. (outras - muitas - foram feitas por todo o País) teve para mim um significado maior, dado que notava que não havia da parte da maioria dos meus colegas da época grande disposição para grandes lutas, numa época em que, por exemplo, as campanhas para a Associação de Estudantes se resumiam a ver qual das listas projectava mais Rambos e Rockys que as outras.

Um dia destes escreverei sobre as campanhas para a AE, e os motivos que me levavam a escolher uma lista em detrimento das outras.

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A IDADE DA INOC�NCIA

A Idade da Inocência...
Meu caro Quim Manel, o meu aplauso vai antes de mais para ti pela criação deste espaço de tertúlia e troca de recordações daqueles que viveram anos da sua vida, primeiro na Escola Preparatória Conde de Samodães e depois da Escola Secundária. Eu fui um desses "guerreiros" de 1972 até 1980...
Para todos os que periódicamente se juntam em farto repasto, para recordar esses tempos (até nisso este blog foi útil, porque fiquei a saber que foi no último que surgiu a ideia do blog), vai o meu lamento, por se terem esquecido que também eu "fui á árvore"....Quem se lembra o que era isso ? Deixo uma dica: eram praxes...um dia explico a quem já se esqueceu.
Voltarei para contar muitas histórias que talvez estejam adormecidas e que faço questão de acordar : Como os famosos morangos...
Um abraço a todos
Como os anos passam !!!

Conselho

Não deixem que os vossos filhos queiram ser advogados. Que raio de vida!

domingo, junho 11, 2006

Cá estou!

Já não contava com este convite, já é o meu quinto blog! Mas agora que aqui estou espero contar e recordar estórias de uma geração (74) que anda arredada destes espaços de participação cívica que são o Marco2005, o MarcoHoje e agora o Idade Da Inocência (tirando o meu velho amigo João!).
Dessa gente de Ciências, sou o único, mas espero que ande por aí alguém que queira compartilhar os grandes momentos vividos no Liceu, que gostemos ou não, nos marcou a todos.

sexta-feira, junho 09, 2006

Memórias (II)

O Marco é (ainda) hoje uma terra marcada pelos elevados índices de insucesso e de abandono escolar. Contamos com uma envolvente económica e social que contribui muito para isso. Mas há outras razões, algumas das quais que se prolongam há mais de vinte anos. Quando há uns anos atrás participei numa discussão na Assembleia Municipal sobre transportes escolares, pude dizer que tudo aquilo me fazia recordar os tempos da minha adolescência e que, lamentavelmente, o Marco não tinha evoluído como seria expectável.

No meu tempo de estudante (1978/84), as ligações rodoviárias entre Soalhães e a vila faziam-se, conforme os horários, em carreiras regulares de passageiros ou em carreiras exclusivas para os estudantes, umas e outras em autocarros de museu que se viam “à nora” para subir Soalhães. As primeiras eram mais rápidas, misturavam-nos com todas as pessoas que vinham para o Marco e faziam com que às sete e tal da manhã (!) já estivéssemos no Café Conforto, a fazer horas para que a Escola abrisse.

As carreiras exclusivas para os estudantes demoravam cerca de uma hora, porque faziam o trajecto Marco-Tabuado-Gouveia-Aldegão-Gouveia-Tabuado-Soalhães. Uma saga, com histórias fantásticas ao longo do percurso. Tempo para namoricar (sobretudo na altura em que o fim de tarde já era à noite...), para ensaiar canções e tropelias, para subir ao tejadilho dos autocarros. Ah…e tempo para sair em Gouveia enquanto o autocarro ia a Aldegão, à porta de um tasco que tinha óptimas sandes de presunto, chouriço e queijo, acompanhadas por uma cerveja ou uma caneca de vinho, pois então.

Esta realidade, que hoje se recorda com um sorriso, reunia todos os ingredientes para dificultar o sucesso escolar dos alunos. Isso, para além da ausência de boas bibliotecas, de espaços desportivos, de actividades extracurriculares enriquecedoras, etc. Quantos foram os que ficaram pelo caminho e que, com outras condições, poderiam ter tido um percurso diferente na escola e na vida?

quinta-feira, junho 08, 2006

A escola dos amores ou os amores da escola

A nossa secundária, tal outras centenas de escolas pelo País, contribuíram para nascimento - e também, em alguns casos para o fim - de muitos amores.
Tudo o que lá vivemos, a exclusividade absoluta - a que se referia o Zé Carlos Pereira á escola e a tudo (sem excepção) que lá se passava, aliada á idade que tínhamos, e que nos fazia cair nas tentações do amor e da loucura como escreveu o Artur Melo, foram momentos que não se repetem.
Nos meus anos de Secundária vi inúmeros casos de amor, encontros e desencontros amorosos. Assumo sem qualquer receio que nunca fui namoradeiro, essa experiência surgiu após a viagem a Évora, que já cá referi. Tarde ou não, foi só no 12º ano que me perdi ( ou será que me achei?) de amores. Sim, Artur, também me aconteceu ficar de beicinho pela minha colega Ivone, que começou por ser a minha companhia no escuro do concerto dos Resistência na Praça de Touros de Évora, depois veio a viagem até ao Marco, depois sem qualquer intenção defendeu-me quando a professora de matemática queria anular o meu último teste (com o argumento de que a letra da folha de teste não era a minha - pedra na engrenagem na minha relação com a professora, que ainda subsiste), depois foi a universidade que fizemos em simultâneo, e muito mais que não cabe aqui contar.
Ainda hoje, treze anos após o 12º ano, recordo a Ivone com amor e todos estes episódios com alegria. Ou não fizesse hoje, dia 8 de Junho, 4 anos que casámos e não fizesse amanhã, dia 9 de Junho, 2 anos que nasceu a nossa Maria João. Cá estamos os três, eu a escrever e a Ivone como leitora, a Maria João por enquanto ainda não lê, mas lá chegará.
Como se vê (lê), pelo meu caso, a Secundária com tudo o que lá se passou, foi responsável pelo meu futuro. Por isso aproveitem todos os momentos da Secundária.
Abraços,

Cheguei também

O jovem de 31 anos chegou, após o desafio do colega de outras andanças Zé Carlos Pereira e o convite do Quim Manel.
Numa de apresentação chamo-me João Monteiro Lima, andei na Secundária de 1986 a 1993, sou natural de Fornos, vivo cá desde sempre, tirando dois anos que reparti o nosso Marco com o Porto, quando estava na Universidade.
Trabalho cá (e logo nas finanças, chiça) e por cá continuarei seguramente.

Agora só espero que os "putos" da minha idade mandem para cá uma histórias. É que as minhas seguem já a seguir

Avaria

Tenho andado com problemas no portátil, o que me impede de escrever a partir de casa. Mas consigo ler. E vejo que isto vai. Toca a dar-lhe, que, breve, regresso com mais frequência.

quarta-feira, junho 07, 2006

A escola como factor de centralidade

No meu tempo da Secundária, eram muitos os alunos oriundos de concelhos vizinhos. A ausência de ensino secundário nesses locais fazia com que viessem para o Marco jovens de Baião, de Cinfães e até de Resende, tirando partido das ligações rodoviárias e ferroviárias que os ligavam ao Marco. Todos nós pudemos fazer amizades com colegas dessas paragens, do lado de cá e do lado de lá do Douro.

Alguns fizeram a partir daqui o seu percurso de sucesso. É o caso, designadamente, do jornalista da TVI, Vítor Pinto, um baionense que foi meu contemporâneo, ou do actual presidente da Câmara de Baião, José Luís Carneiro, uns anos mais novo.

Contudo, esta centralidade induzida pela Escola Secundária, que ia formando as novas elites dos municípios envolventes, nunca foi aproveitada pelos poderes políticos em benefício do Marco. Seria natural que o Marco fosse criando condições para atrair e fixar os jovens que para cá vinham estudar, mas o que aconteceu não foi isso. O Marco acabou por ser usado instrumentalmente, porque nunca houve uma estratégia adequada para afirmar o Marco no contexto da região envolvente. Visto à luz dos dias de hoje, parece óbvio que o Marco teve na mão uma oportunidade de ouro e não a soube aproveitar em seu benefício.

O que é que, hoje, ligará essas pessoas ao Marco? E quantos ficaram ligados à nossa terra? Será que não há quem queira participar neste blog com as suas memórias e reflexões?


ps: eu sei que no último jantar estavam alguns colegas de Baião, mas julgo que a sua presença só reforça a razão de ser deste meu comentário.

terça-feira, junho 06, 2006

Apresentações

O JCP (40 anos) é um dos "donos" da Exponor e é político. Nasceu em Soalhães e vive no Porto. O Artur Melo (45 anos) é nutricionista, empresário e político. Nasceu por acaso em Braga, mas sempre viveu em Fornos e, agora, no Porto. A Maria João (não se diz a idade) está ligada às artes e vive em Gaia, depois de ter deixado a Tapadinha. Eu (45 anos), sou advogado, fui jornalista, nasci em Soalhães, andei por Coimbra, passei por Valpaços e vivo em cima da Ponte da Arrábida (que é melhor do que viver por baixo). A Graça e o Rui, são irmãos. Que mais nos podem dizer os manos?

A vida em verde alface


Ontem à noite, à volta com os canais de televisão, parei em Marta Crawford (TVI), e vi uma dissertação sobre técnicas de engate. 45 anos sem perceber nada do assunto, afinal!

Explicava a Srª Drª - sobre quem Eduardo Prado Coelho já escreveu que consegue retirar qualquer erotismo às cenas mais eróticas - que quando se sai, há três sinais: ir vestido de vermelho, significa que não se está virado para o engate, assim género cueca de aço; ir de amarelo, pois, tudo depende, vê lá se consegues; ir de verde, pois claro, anda cá, miúda que eu estou aqui para ti.

Afinal, a vida, na versão Marta Crawford, é um semáforo. Pois bem: na próxima noite em que sair, este vosso amigo vai parecer uma alface...

Ano 1974 aL

Corria o ano da graça de mil nove sete quatro. Andavamos no 4º ano e o ambiente era fantástico no Externato D. João III, vulgo colégio. Como eu era dos primeiros por ordem alfabética tinha o "azar" de ficar na turma dos rapazes, a A. Outros mais afortunados, como os que começavam por J, ficavam na turma das meninas. Aquilo dava cá uma raiva... a vantagem era que eles, o da B, não jogavam nada futebol, um verdadeiro afago para a alma. Ainda sou do tempo que após a entrada no portão, se formavam duas filas, a da esquerda para as meninas a da direita para os rapazes. No intervalo nada de misturas, cada género no seu espaço. O local onde podíamos estar juntos, era na rampa da frente que era o sítio mais fotogénico para as fotos de grupo. Guardo religiosamente uma foto do 3 ou 4 ano - a memória não vai tão longe - e outra de grupo com todos os anos. Se as pusesse em leilão dava mais do que a medalha do Mourinho, não acham? Não! Não vale a pena que não estão à venda. O que posso fazer é cobrar ao segundo para as mostrar.... Ah! Ah! era só a brincar... Nesse ano tive uma paixoneta - aqui revelada em 1ª mão - pela Teresa Ruão e que num passeio a Viana do Castelo, pois onde havia de ser? - também tenho essa fotografia -, com passagem por Ponte de Lima e Arcos de Valdevez para comprar rebuçados e parti-los contra os varões da camioneta, ficou a meu lado toda a viagem. Raio de azar! Fiquei de beiço por ela, mas para não se saber...
Nessa época tinha por hábito adormecer ao som do rádio com que meu pai ouvia a BBC e a Rádio Argel. À noite dava, tal como hoje, música mais calma a apelar ao sonho, à loucura, enfim, à adolescência. As células ficavam tolas, todas em rebuliço umas contra as outras que era uma coisa... vinha logo à memória a turma B e de repente... aparecia a Teresa Ruão à minha frente e eu adormecia com "o nosso segredo".
Sabia pelo que ouvia que a política não era o que nos queiram fazer crer. Muito do que ouvia também não percebia, diga-se a verdade. Mas que as coisas lá fora não eram o mesmo que cá dentro, isso percebia e bem.
Até que um dia, ao acordar abri a persiana e como o meu quarto dava para o recreio vi a Luísa Orvalho a dar ordens a todos. As coisas estavam fora do lugar. Mas o quê? Levantei-me e, sem saber, fui ter com a Liberdade.
Era, uma 5ª-feira, dia 25 de Abril.

Memórias do 12º ano

Texto de desafio de João Monteiro Lima:
Não sei se, entre os leitores do Blog, há colegas do meu 12º. Se os há, seguramente lembrar-se-ão que os nossas horas eram passadas entre os Bilhares do Zé na Alameda, o Piolho e Café Estádio e já para fim do ano em aventuras da Torre de Nevões ao Pharmácia ou até, como fizemos numa terça-feira à tarde, uma ida a um bar (que não recordo o nome) em Penafiel, e em que tivemos uma falta colectiva. Assumo aqui este “crime”premeditado, que ainda não deve ter prescrito, e embora não tendo sido o único mentor já podemos assumir sem medo das consequências do ConselhoDirectivo.

No início do 12º ano, a turma estava divida entre o“betinhos” de Contabilidade e nós, os de Secretariado. Havia ali, uma separação, que se manteve até ao almoço de Natal na Torre de Nevões.

Depois veio a viagem de finalistas a Évora e daí para cá, a turma passou a ser uma só, as amizades fortaleceram-se e houve até amores que nasceram depois de Évora. Lembro com saudade o jantar de finalistas na Torre de Nevões (a escolha era sempre a Torre porque alguns dos meus colegas trabalhavam lá ao fim-de-semana) seguido de uma festa na discoteca até “as tantas”, com a animação a cargo do DJ Quim Zé (de Tabuado), que nessa noite acumulava as funções de DJ e de finalista. O regresso a casa, quase de manhã, foi feito de devagar, a sorte era que a minha PC (não é o que pensam, PC eram as iniciais da matrícula da minha4L – há cada coincidência) já sabia o caminho para casa.

Quim Manel, permita-me que deixe um desafio aos jovens da “colheita” de74 e seguintes, para que mandem uns textos para o Blog e não deixem que sejam só os “velhinhos” da década de 60 a contar as suas histórias (JCP,AMC, Quim Manel e os restantes que perdoem-me a provocação, mas isto épara ver se a minha malta anima).

Abraços,
João Monteiro Lima

segunda-feira, junho 05, 2006

Memórias (I)

Um espaço como este serve também para recordarmos aqueles que nos acompanharam e que já nos deixaram. Lembro aqui (e lembro-me deles tantas vezes...) dois amigos de Soalhães, companheiros da escola e da vida, que partiram cedo de mais: o Jorge Barbosa Coutinho e o João Coutinho.
Um abraço para eles

Graça precisa de ajuda

A Graça Lopes precisa de ajuda, por causa do username. O melhor é escolher palavras que não existam e ir tentando. Eu não percebo nada disto e faço as coisas já com alguns automatismos. Mas se alguém puder ajudar, agradece-se.


Ajuda!!!!!
Não consegui criar a conta. Não há meio de acertar com o username!
Graça

Maria João diz que lhe chamei fascista. É capaz de ser verdade...

Ora aí está: uma bela história da Maria João Teixeira. Vou mandar o "invite" para postares directamente, sua "fassista"!

Gostei da ideia e da idade/da/Inocência, que me levou a recuar no tempo sem nunca dele me ter esquecido – professores, colegas, contínuos, a disposição de cada objecto nas salas de aula, o verniz das unhas da professora de inglês a combinar com a roupa que vestia, as flores de papel mergulhadas em resina para oferecer no dia da mãe, os sorrisos e etc., etc. e tal…. Por momentos tudo se aproximou numa memória onde um álbum sem pó se abriu e nos voltamos a encontrar. Obrigada a todos os que têm disponibilizado o seu tempo – obrigada pela paciência – obrigada pelo carinho! Penalizo-me pela ausência em tantos encontros já organizados. Desculpem!

(…)
Em minha casa não há espaço para um sótão, mas existe uma gaveta com recordações que completam as da minha memória. Ontem à noite reli alguns versos decorados com corações de Cupido num livro de autógrafos datado de 1975. Era quase meia-noite quando encontrei algumas fotografias, o meu caderno de poemas, os textos das peças de teatro e lembrei-me do meu primeiro beijo atrás da cortina do teatro!

- Mãe! Era a voz do meu filho.

Olhei para ele e sorri – já não sabia bem a minha idade …

… Até quando somos inocentes…???

(…)
O 25 de Abril! A greve na escola! O Quim Manel em cima da mesa do professor e uma sala cheia de alunos com adrenalina dos pés à cabeça. Numa dessas reuniões chamara-me fascista pelo facto de estar um pouco mais afastada do grupo. Ainda hoje e em determinadas situações, gosto de me afastar um pouco e observar os gestos que acompanham as palavras. Na altura até me convenci que era tímida (porque era inocente!).

Acreditem que nunca mais voltei a comer sandes tão boas como as que encontrava na mercearia (?) ao lado da casa do Artur Melo. Uma lata grande com chouriço metido em azeite (?) que cortado às rodelas e metido num pão “estaladiço” me /nos deliciava. Lembram-se?

Não havia panickes, nem telemóveis, nem internet… havia carteiros que entregavam cartas em casas sem número. Havida escapadelas às aulas para tomar um banho no rio Tâmega, cigarros SG filtro que se compravam avulsos no Sr. Miguel por e por fim as aulas de moral!!!

Quando tinha 12 anos, queria ter 14 para deixar de usar a bata azul com pregas! Quando tinha 18 anos, queria ter muitos mais para decidir tudo por mim e não ter que dar satisfações a ninguém. Quando comecei a ter “esses muitos”, comecei a pedir poucos de cada vez para não me distanciar da minha bata azul! Fiz um acordo com o destino que já me deu os 12 + 14 + 18 + os muitos + os pouco muitos e porque agora quero todos os que já me deu e muitos outros muitos, prometi que em qualquer situação estaria presente o meu abraço imenso...

um beijo da maria joão t.

domingo, junho 04, 2006

Assim, gosto

O convite enviado. Bem-vinda!
Sou uma antiga aluna do colégio. Do tempo do Ribeiro, Almir, Isabel, Natália...

Dos nomes que aparecem no blog, só me lembro do Artur Melo, mas fui da turma da irmã.
Aí vai o meu mail para ser convidada a participar. Obrigada pela ideia e felicidades para o blog.

Graça Pereira (Lopes)

sábado, junho 03, 2006

Vale a pena, diz JAV

Calma! Isto vai lá, é preciso ter paciência.Já recebi o convite, tenho que me adaptar à "coisa" primeiro.

Outros virão a seguir, pé ante pé, daqui a algum tempo já serão bastantes. O Marco é assim, as coisas fazem-se lentamente.
Não desespereis, vamos tentar ir devagar e bem. Isto é o início, está tudo com medo de "ir à árvore".

José António Vasconcelos

Assim, não vale a pena

Acho que não vale a pena. Uma vez mais, confiei exageradamente nos marcoenses. Pediram-me um blog num sábado, e, no dia seguinte, montei o blog. Enviei "convites" para toda a gente de quem tinha endereços electrónicos - pedi-os -, e quem respondeu? O José Carlos Pereira e o Artur Melo. Tive o cuidado de explicar a algumas pessoas que não lhes enviava "convites", para que não parecesse que eram sempre os mesmos. O João Monteiro Lima, e bem, num registo próprio, veio cá. E quem mais? A Rita Ferreira, só para dizer que viria. Ainda não veio. Vamos ficar assim? Ok. Daqui a uns anos voltaremos a falar sobre o assunto. (Tenho que ir comprar a bengala, desculpem!).
Com uma nota final: eu teria gostado que o actual presidente do Conselho Executivo da nossa Escola tivesse dado um sinal. E que o actual presidente da Associação de Estudantes, também. Não deram. (Tenho que ir comprar a bengala, desculpem!).

sexta-feira, junho 02, 2006

Porque ainda é Primavera…

…não resisto a recordar aqui o texto que escrevi em 21 de Março, num outro blog em que participo, sobre a forma como o presidente do Conselho Executivo “anunciou” a chegada da Primavera:

“O “Expresso” desta semana publica uma curiosa reportagem, intitulada “Sermão com humor”, que relata a maneira como o Conselho Executivo da Escola Secundária de Marco de Canaveses procura comunicar com os alunos nas matérias mais sensíveis e delicadas. Retira-se dali que os seus responsáveis tentam humanizar a escola e a relação com os alunos, procurando quebrar barreiras e envolver toda a comunidade escolar numa partilha de valores comuns.
Não sei se o tom é o mais eficaz e não sei se, naquela situação, o faria da mesma forma. Mas gostei de confirmar as notícias que me tinham chegado anteriormente, referindo que a Escola Secundária de Marco de Canaveses caminha no bom sentido, com uma taxa de aproveitamento muito positiva no terceiro ciclo e no secundário. A Escola Secundária de Marco de Canaveses foi a minha segunda casa entre os 12 e os 18 anos. Aí me formei, aí reforcei o gosto pela leitura e pela escrita (…). Aí me lancei nos amores furtivos da adolescência e consolidei as bases daquilo que sou hoje.
No ano em que terminei o secundário, há mais de vinte anos, só dois alunos foram directamente dali para a universidade. Hoje, a realidade é bem diferente e fico feliz ao ver que a “minha” escola vai bem e parece estar entregue em boas mãos.”

quinta-feira, junho 01, 2006

Morangos sem açúcar

Ó, Artur, e não te esqueças de contar a forma como defendias os morangos do teu quintal, ali, mesmo ao lado do Colégio, à mão de semear...

Falta de tempo

Entendo perfeitamente aqueles que dizem, é, pá, desculpa, ainda não aderi ao blog e ainda não escrevi por falta de tempo. Perfeitamente! Como se calculará, os que já aderiram são ricos, vivem de rendimentos e têm todo o tempo do mundo. Faz-me lembrar aquela coisa que eu digo, quando me mandam fazer exercício físico, é, pá, eu até gostava, mas não tenho tempo... Pois, talvez uma bocadinho menos de preguiça resolva tudo.

O Carlitos de Felgueiras

No Dia Mundial da Criança vale a pena reflectir um pouco sobre o destaque que o “Expresso” deu esta semana a uma situação de trabalho infantil em Felgueiras. O Carlitos de 11 anos estava a coser sapatos à mão para uma marca espanhola – a Zara – acompanhado de um irmão de 14 anos e dos pais. Um choque para a intelligentsia lisboeta que ocupa os media, mas nada estranho para quem vive no Marco ou em concelhos vizinhos.

Quem viu a reportagem na televisão constatou a verdadeira miséria – económica, social e cultural – daquela família desestruturada. Um casebre lúgubre, pais de baixa médica à espera do desemprego, avós estropiados com uma reforma que ajuda a compor o mês, duas crianças com o futuro ameaçado, habituadas desde cedo a lutar pela sobrevivência.

Obviamente que o trabalho infantil é algo que deve ser banido e que os intermediários e as empresas que se alimentam destas situações devem ser perseguidos e severamente punidos, mas a mim o que mais me preocupa é todo o contexto que torna possível tais situações em pleno séc. XXI. Para quem tem de sobreviver e não aprendeu a reconhecer a escola como meio de aprendizagem e instrumento para a vida, é fácil cair na tentação de fugir à escola e preferir meter as mãos à obra, por vezes no sentido literal do termo. Sem emprego qualificado, sem oportunidades à vista, para quê andar tantos anos na escola se, no fim, não há saída e não há compensação?

Esta é uma realidade que urge combater e que está presente nas cinturas e nos bairros das grandes cidades e em muitas zonas do interior, agravando os números do insucesso e do abandono escolar. O que podemos fazer contra isto aqui na nossa terra, no Marco de Canaveses, para deixarmos de ver os pequenos nas obras, nos campos, nas fábricas ou nas oficinas quando deviam estar nos bancos da escola? E que futuro lhes podemos prometer?

Mais solidariedade

Tenho, tive e terei muitos defeitos. Mas há um de que nunca padeci e, creio, nunca irá assombrar a minha vida: ser invejoso.

Acho que ser invejoso é um defeito enorme. Com uma agravante: mói normalmente mais o invejoso do que o invejado. Acho mesmo, até, que os invejosos morrem mais cedo, precisamente porque vão sendo consumidos pela sua incapacidade de aceitarem o sucesso daqueles que os rodeiam.

Tudo para dizer o quê? Para dizer que uma das coisas que mais me congratula é ouvir a notícia de que há um marcoense que se destaca em qualquer área. Fico tão contente, que não me esqueço de salientar o facto junto dos meus amigos não marcoenses. Do mesmo modo que fico contente quando um dos meus amigos não marcoense, mas porque é meu amigo, é bem sucedido na vida.

Por exemplo: o João Monteiro Lima escreveu, há dias, que faltava às aulas para ir ver os ralis, sobretudo quando andava por lá o António Coutinho. Eu confesso que também faltei a alguns compromissos, já na faculdade, para ir ver o António correr e para estar com ele, nem que fosse um bocadinho, para que ele soubesse que estava lá mais um marcoense a puxar por ele. E ai que houvesse alguém a dizer que ele não era o melhor...

Aliás, nada que não fosse minha obrigação. Ele também ia puxar por mim, quando eu fazia ciclismo e corria com a camisola do Marco/M. Coutinho.

Parece-me que são estes sentimentos de solidariedade que têm faltado no Marco. E é tempo de mudar um bocadinho as coisas. Quem sabe se este blog não poderá ser o princípio de um tempo mais solidário?

O Colégio

Os colegas lembram-se do Colégio? Antecessor da Preparatória Conde de Samodães e depois da Secundária? Pois bem, foi aí que tudo começou. Muitos dos antigos alunos do colégio costumavam juntar-se, só que depois, tanto quanto sei, acabaram com esse ritual. Seria bom dar conhecimento deste movimento a esses antigos alunos e chamá-los para aqui.
Já agora uma pequena lembrança: lembram-se da greve que fizemos em 1975? Creio que foi a única greve que se faz até hoje no Marco. Fantástico! Prometo contar esta história.

15 anos

A minha filha e eu andamos zangados. Hoje, encontrámo-nos no messenger. Ela escreveu-me um poema:

A máscara branca que nos separa
Foi assim que o mundo
Levou o sentimento
Trouxe melancolia
Tantos pés descalços…
Quero conhecer o mistério
Em ti, por onde for
Não em mim.
Vales toda a força interior, puro
Que a todas as manhãs
Entra pela janela e diz:
“Bom dia”
Sim, essa máscara branca
Vai revelar o Mundo
E a ti.
E esta noite?
Danças comigo?

Depois disto, fui procurar um texto já antigo de Primo de Amarante
(http://www.margemesquerdatribunalivre/),
relativo ao dia do pai e decidi colocar aqui as duas coisas (o poema autorizado, expressamente, e o texto do Primo de Amarante tácitamente):

Pensamento para o "Dia do Pai"

Um dia, um pensador indiano fez a seguinte pergunta: "Porque é que os pais gritam com os filhos?". "Gritamos porque perdemos a calma", disse um deles.
"Mas, por que gritar quando o filho/a está ao seu lado?" Questionou novamente o pensador. "Bem, gritamos porque desejamos que o/a filha nos ouça", retrucou outro discípulo.
E o mestre volta a perguntar: "Então não é possível falar-lhe em voz baixa?"
Várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o pensador. Então ele esclareceu: "Vocês sabem porque se grita com um filho/a quando se está aborrecido? O facto é que, quando pai e filho/a estão aborrecidas, os seus corações afastam-se muito. Para cobrir esta distância precisam gritar para poderem escutar-se mutuamente. Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para se ouvirem um ao outro, através da grande distância. Por outro lado, o que sucede quando pai e filho/a gostam muito um do outro? Eles não gritam. Falam suavemente. E por quê? Porque os seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena. Às vezes os seus corações estão tão próximos, que nem falam, somente sussurram. E quando o amor (pai, mãe e filhos) é mais intenso, não necessitam sequer de sussurrar, apenas se olham, e basta. Os seus corações entendem-se. É isso que acontece quando uma família se sente próxima, porque se ama.
"Por fim, o pensador conclui, dizendo: "Quando vocês discutirem, não deixem que os vossos corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta".
Mahatma Gandhi (texto adaptado)