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quinta-feira, junho 01, 2006

15 anos

A minha filha e eu andamos zangados. Hoje, encontrámo-nos no messenger. Ela escreveu-me um poema:

A máscara branca que nos separa
Foi assim que o mundo
Levou o sentimento
Trouxe melancolia
Tantos pés descalços…
Quero conhecer o mistério
Em ti, por onde for
Não em mim.
Vales toda a força interior, puro
Que a todas as manhãs
Entra pela janela e diz:
“Bom dia”
Sim, essa máscara branca
Vai revelar o Mundo
E a ti.
E esta noite?
Danças comigo?

Depois disto, fui procurar um texto já antigo de Primo de Amarante
(http://www.margemesquerdatribunalivre/),
relativo ao dia do pai e decidi colocar aqui as duas coisas (o poema autorizado, expressamente, e o texto do Primo de Amarante tácitamente):

Pensamento para o "Dia do Pai"

Um dia, um pensador indiano fez a seguinte pergunta: "Porque é que os pais gritam com os filhos?". "Gritamos porque perdemos a calma", disse um deles.
"Mas, por que gritar quando o filho/a está ao seu lado?" Questionou novamente o pensador. "Bem, gritamos porque desejamos que o/a filha nos ouça", retrucou outro discípulo.
E o mestre volta a perguntar: "Então não é possível falar-lhe em voz baixa?"
Várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o pensador. Então ele esclareceu: "Vocês sabem porque se grita com um filho/a quando se está aborrecido? O facto é que, quando pai e filho/a estão aborrecidas, os seus corações afastam-se muito. Para cobrir esta distância precisam gritar para poderem escutar-se mutuamente. Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para se ouvirem um ao outro, através da grande distância. Por outro lado, o que sucede quando pai e filho/a gostam muito um do outro? Eles não gritam. Falam suavemente. E por quê? Porque os seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena. Às vezes os seus corações estão tão próximos, que nem falam, somente sussurram. E quando o amor (pai, mãe e filhos) é mais intenso, não necessitam sequer de sussurrar, apenas se olham, e basta. Os seus corações entendem-se. É isso que acontece quando uma família se sente próxima, porque se ama.
"Por fim, o pensador conclui, dizendo: "Quando vocês discutirem, não deixem que os vossos corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta".
Mahatma Gandhi (texto adaptado)

2 comentários:

jcp (José Carlos Pereira) disse...

Só para ler isto, já valia pena ter criado este blog!
Beijos e abraços para os dois

Joao Monteiro Lima disse...

Quim Manel, se aos 15 anos a sua filha escreve asssim, vamos ter escritora, assim ela queira. Força miúda.