O Marco é (ainda) hoje uma terra marcada pelos elevados índices de insucesso e de abandono escolar. Contamos com uma envolvente económica e social que contribui muito para isso. Mas há outras razões, algumas das quais que se prolongam há mais de vinte anos. Quando há uns anos atrás participei numa discussão na Assembleia Municipal sobre transportes escolares, pude dizer que tudo aquilo me fazia recordar os tempos da minha adolescência e que, lamentavelmente, o Marco não tinha evoluído como seria expectável.
No meu tempo de estudante (1978/84), as ligações rodoviárias entre Soalhães e a vila faziam-se, conforme os horários, em carreiras regulares de passageiros ou em carreiras exclusivas para os estudantes, umas e outras em autocarros de museu que se viam “à nora” para subir Soalhães. As primeiras eram mais rápidas, misturavam-nos com todas as pessoas que vinham para o Marco e faziam com que às sete e tal da manhã (!) já estivéssemos no Café Conforto, a fazer horas para que a Escola abrisse.
As carreiras exclusivas para os estudantes demoravam cerca de uma hora, porque faziam o trajecto Marco-Tabuado-Gouveia-Aldegão-Gouveia-Tabuado-Soalhães. Uma saga, com histórias fantásticas ao longo do percurso. Tempo para namoricar (sobretudo na altura em que o fim de tarde já era à noite...), para ensaiar canções e tropelias, para subir ao tejadilho dos autocarros. Ah…e tempo para sair em Gouveia enquanto o autocarro ia a Aldegão, à porta de um tasco que tinha óptimas sandes de presunto, chouriço e queijo, acompanhadas por uma cerveja ou uma caneca de vinho, pois então.
Esta realidade, que hoje se recorda com um sorriso, reunia todos os ingredientes para dificultar o sucesso escolar dos alunos. Isso, para além da ausência de boas bibliotecas, de espaços desportivos, de actividades extracurriculares enriquecedoras, etc. Quantos foram os que ficaram pelo caminho e que, com outras condições, poderiam ter tido um percurso diferente na escola e na vida?
No meu tempo de estudante (1978/84), as ligações rodoviárias entre Soalhães e a vila faziam-se, conforme os horários, em carreiras regulares de passageiros ou em carreiras exclusivas para os estudantes, umas e outras em autocarros de museu que se viam “à nora” para subir Soalhães. As primeiras eram mais rápidas, misturavam-nos com todas as pessoas que vinham para o Marco e faziam com que às sete e tal da manhã (!) já estivéssemos no Café Conforto, a fazer horas para que a Escola abrisse.
As carreiras exclusivas para os estudantes demoravam cerca de uma hora, porque faziam o trajecto Marco-Tabuado-Gouveia-Aldegão-Gouveia-Tabuado-Soalhães. Uma saga, com histórias fantásticas ao longo do percurso. Tempo para namoricar (sobretudo na altura em que o fim de tarde já era à noite...), para ensaiar canções e tropelias, para subir ao tejadilho dos autocarros. Ah…e tempo para sair em Gouveia enquanto o autocarro ia a Aldegão, à porta de um tasco que tinha óptimas sandes de presunto, chouriço e queijo, acompanhadas por uma cerveja ou uma caneca de vinho, pois então.
Esta realidade, que hoje se recorda com um sorriso, reunia todos os ingredientes para dificultar o sucesso escolar dos alunos. Isso, para além da ausência de boas bibliotecas, de espaços desportivos, de actividades extracurriculares enriquecedoras, etc. Quantos foram os que ficaram pelo caminho e que, com outras condições, poderiam ter tido um percurso diferente na escola e na vida?
Sem comentários:
Enviar um comentário