Uma destas noites, a arumar papéis antigos, decobri um comunicado dos tempos da brasa de 1974. Feito por mim e assinado por uma autodemominada comissão de qualquer coisa que pretendia defender-me dos ataques de um professor de francês (padre, por essa altura), que entendeu que eu devia ser expulso. Olho para o texto e concluo: o moço era bravio mesmo!
Mas que sofri um bocado, lá isso é verdade. Recordo-me ter chegado a casa, um fim de tarde, e ver um movimento inusitado. A sala de visitas assustava: o meu pai e os directores da escola. Só havia uma de duas saídas: eu eu pedia desculpa ao professor, ou teria de ser expulso. O meu pai, que sabia o que se passava, estava indeciso. Eu, nem por isso. Recusei as desculpas. Ou, melhor, eu pedia desculpa se o professor também pedisse. Criou-se o impasse.
Dias depois, tudo se resolveu. Ninguém pediu desculpas a ninguém. Solução: entrou uma nova professora de Francês para dar aulas à minha turma - a Drª Teresa, acabada de chegar de Moçambique. E eu voltei a ter boas notas a Francês...
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