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quarta-feira, julho 05, 2006

Angústia para o jantar


Sou ansioso por natureza, mas por estes dias fico pior, é uma sensação de sufoco, um aperto que lá vou controlando com Victan, tentando reduzir a largura dos gestos e alargar o sítio por onde respiro. Estou expectante com o jogo de logo, eu que só despertei para o futebol há pouco tempo, depois que o meu filho se dedicou à causa, aprendendo fintas e tornando-se uma enciclopédia ambulante sobre o assunto, quer seja do futebol luso, quer do outro. E, depois, até comecei a achar piada às nossas idas ao Dragão, coisa cara, demasiado cara, mas que, inexplicavelmente, nem por isso deixa bancadas vazias.


Como quase todos sabem, sempre fui um tipo do ciclismo. E ando com um olho atento - menos do que gostava - ao que o José Azevedo está a fazer no Tour de France, ele que arrasta consigo o dorsal nº 1, que era de Lance Armstrong, e que, com uma ponta de sorte ainda pode fazer das dele e somar uma página de glória para Portugal.

Bem. Mas sobre isso, vou preocupar-me quando o Tour chegar aos Pirinéus e aos Alpes, que é aí que tudo se decide. Hoje - e espero que por mais uns dias - todas as atenções estão viradas para o futebol. E é isso que me sufoca. Eu gostava mesmo de ver Portugal na final com a Itália e gostava de ver Portugal campeão.

Não será por isso que os portugueses irão viver melhor ou resolver os problemas. Mas sempre ajuda. Melhora-se a auto-estima, sentiremos que se somos capazes de ganhar em algumas coisas, também poderemos melhorar em muitas outras. E é bonito. É bonito ver as pessoas em euforia, por umas horas mais felizes. E, quem sabe?, talvez estas alegrias nos dêem o alento que tantas vezes nos falta e que faz de nós um povo deprimido.

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